
A DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO
Um minuto, um minuto de esperança/ e depois tudo acaba. E toda a crença
em ossos já se esvai / Só resta a mansa decisão entre morte e indiferença.
Um minuto, não mais, que o tempo cansa, / o sofisma de amor não há vença
Este espinho, esta agulha, fina lança / a nos escavar na praia imensa.
Mais um minuto só, e chega tarde./ Mais um pouco de ti,/ que não dobras,
e que eu me empurre a mim, que sou covarde.
Um minuto, e acabou. Relógio solto,/ indistinta visão em céu revolto,
Um minuto me baste, e minhas obras.
Carlos Drummond de Andrade
Um grande abraço
Professor Robério
Um minuto, um minuto de esperança/ e depois tudo acaba. E toda a crença
em ossos já se esvai / Só resta a mansa decisão entre morte e indiferença.
Um minuto, não mais, que o tempo cansa, / o sofisma de amor não há vença
Este espinho, esta agulha, fina lança / a nos escavar na praia imensa.
Mais um minuto só, e chega tarde./ Mais um pouco de ti,/ que não dobras,
e que eu me empurre a mim, que sou covarde.
Um minuto, e acabou. Relógio solto,/ indistinta visão em céu revolto,
Um minuto me baste, e minhas obras.
Carlos Drummond de Andrade
Um grande abraço
Professor Robério
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