Brincar pressupõe liberdade e atendimento a necessidades e interesses de quem aceita a brincadeira.
Algumas atividades que sugerimos a seguir podem ser desenvolvidas em sala de aula, e resultar em um processo de interação ensino e aprendizagem, de forma lúdica, prazerosa, ´podem ser desenvolvidas com os alunos da EJA 1ª a 4ª série e alunos de 5ª a 8ª série .
Brincadeiras de caminhar
A Professora sugere o sorteio dos temas que cada grupo vai imitar, para não haver conflitos, e de forma democrática, coordena os temas e os que não estão assistindo observam e anotam o que acharem que está acontecendo (detalhes da brincadeira), após a apresentação de todos os grupos, é importante sentarem em circulo, e abordar o que mais gostaram, o que os grupos perceberam, fazer o aluno expressar o que observou, sentiu, percebeu e escreveu. A brincadeira serve para avaliar, a confiança no outro, paciência, colaboração, espírito coletivo.
Desenvolvendo a brincadeira n° 1
O professor solicita que os alunos tirem seus calçados e caminhem:
• nas pontas dos pés;
• nos calcanhares;
• com o peso do corpo na parte interna dos pés;
• com o peso do corpo na parte externa dos pés;
• sobre os pés do colega, estimulando o contato físico e o respeito ao corpo do outro;
• de acordo com o ritmo da música e com o ritmo modificado (lento, médio, acelerado);
• de lado, com os pés emparelhados e alternados;
• imaginando que pisam na areia quente, no gelo, com chicletes grudados nos pés, na lama,
Brincadeira de imitar
Representando esses desafios, em uma outra oportunidade o professor pode abordar a brincadeira de imitar e sugerir aos alunos que imitem os animais de sua livre escolha, realizando determinados gestos. Essa brincadeira trabalha no aluno a idéia do ser capaz, da expressão corporal, a descontração depois de um dia de trabalhão cansativo.
Desenvolvendo a brincadeira n°. 2
• sugerir aos alunos que imitem animais de sua livre escolha, realizando determinados gestos:
– comendo, dormindo, brigando, brincando, andando, correndo, fazendo carinho em seu filhote, interagindo com o grupo, etc.;
• dividir a classe em equipes e cada uma delas receberá o nome de um esporte.
Cada esporte, então, deverá ser dramatizado por uma equipe e as outras tentarão adivinhá-lo. É importante lembrar que todos da equipe devem estar envolvidos nessa imitação e que, se preciso for, pode sugerir que um dos componentes faça o papel de algo concreto como à cesta de basquete, a rede de vôlei, (como se fosse o Severino da TV) etc.
• informar que, ao tocar o tambor, todos irão transformar-se no que for solicitado: reis e rainhas, sapos, caracóis, rios, árvores, leões, pessoas adultas, pessoas idosas, bebês... Ir acrescentando ações e situações como:
-reis e rainhas se abraçando, pessoa idosa atravessando a rua, uma mulher dando comida a um bebê, sementes que vão crescendo até virarem árvores, rios com forte correnteza, pessoas dentro de um barco que está em rio com muita correnteza, pássaros banhando-se na poça d'água, sapos perseguindo moscas, pessoas fugindo de uma tempestade.
Essa brincadeira permite trabalhar todo o esquema corporal, e a desenvoltura do aluno, ajudando-o a perder a vergonha, a timidez, o medo de se expressar, e os professores podem interagir com os alunos, orientando que no momento que pede para trocar de atividade, está trabalhando a idéia de limite, o momento certo de parar, e permitir que o outro aja, explicar a cumplicidade de um ajudar o outro, a descontração, o fazer sorrir, e assim segue, se observar bem a brincadeira, pode trabalhar muito mais temas. Explicar que a escola pode ser um lugar que proporciona prazer.
Brincadeiras corporais
O professor orienta os alunos a:
• encostarem partes do corpo no chão, na parede, no corpo de um amigo ao som de músicas ou instrumentos musicais. Exemplo: encostar as testas e dançar sem se afastar, de costas, de barriga, com as mãos espalmadas, com as pontas dos pés coladas...;
• colocarem vendas nos olhos e percorrerem a sala, tentando adivinhar onde estão, perto de qual objeto, quem é o amigo que está próximo, sem utilizar a fala e a visão, somente o tato;
• correrem, pularem ou fazerem exercícios físicos aeróbicos, percebendo as reações dos seus corpos: suor, coração acelerado, respiração ofegante, etc.
Essa brincadeira, faz os alunos se sentirem mais confiante, mais seguros em relação aos colegas, escola, e professor, além de trabalhar o esquema corporal, a expressão direcionada, respeito, limites, e sobretudo, mostra ao aluno que ele ainda possui uma criança dentro dele, que gosta de tudo isso, e que é capaz de participar e fazer tudo.
Brincadeiras livres
O professor deve:
• espalhar pela sala material re-aproveitável e deixar que os alunos façam suas criações, sem muita interferência, para que possa observar sua iniciativa e criatividade;
• sugerir que as criações sejam de duas formas: com colagem e sem colagem. Nas criações com colagem, o aluno terá um objeto mais duradouro e sem muitas mudanças.
Quando não usarem a cola, provavelmente os alunos trabalharão com desenhos de encaixe produzindo um quebra cabeça ou com organização de espaços, como um campo de futebol, uma casinha, um parque... partindo da sua realidade de pensamento.
Muitas outras atividades poderão ser incluídas, dependendo dos objetivos do professor e levando em conta, sempre, o grau de interesse das equipes que as realizam.
Dentro do processo ensino-aprendizagem, desenvolvido dentro de uma linha progressista, essa forma de trabalhar com o lúdico e o jovem e adulto, facilita a interatividade, de forma multidisciplinar, porque todas as brincadeiras, podem ser desenvolvidas nas disciplinas ministrada. Apesar da dos alunos da EJA, encontrarem-se sem motivações, o papel da escola e o propósito de seu projeto pedagógico consiste em resgatar esse aluno e para mantê-lo precisa voltar suas práticas para uma pedagogia de inclusão. Trazer ao aluno a possibilidade de se sentir capaz e junto com ele desenvolver essa capacidade adormecida, desacreditada por ele mesmo.
(Prof. Ivone)
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